20 de setembro de 2023 by Paralelo Gestão 0 Comments

RECUSA ALIMENTAR: UM TEMA ATUAL

Hoje em dia é muito comum observar crianças, adolescentes e adultos com dificuldades alimentares. Tais dificuldades acabam acometendo não só o paciente, mas a família como um todo.

Existe principalmente uma preocupação com o estado clínico, ou seja, o quanto o paciente está saudável do ponto de vista nutricional. Além disso, tal dificuldade pode afetar o aspecto social e emocional. As pessoas deixam de participar de vivências sociais, pois podem se sentir cobradas ou pressionadas para comer alimentos novos. Não conseguem desfrutar dessas situações. …um sofrimento. Conforme o tempo passa, é estabelecida essa dinâmica que é difícil de ser interrompida, gerando um enorme círculo vicioso.

Diante desse fato, é importante que seja feita uma avaliação com o objetivo de verificar qual o motivo dessa aversão em relação a aceitação e ingestão dos alimentos. Existem causas médicas, físicas e/ou sensoriais.

As causas médicas estão relacionadas a condições agudas como por exemplo: dor ao nascimento dos dentes, infecções de ouvido, resfriados, constipação intestinal, episódios de vômitos de repetição ou engasgo. A recusa alimentar também pode estar relacionada as condições crônicas (período maior) como prematuridade, refluxo gastroesofágico, esofagite, alergias alimentares, doenças cardíacas congênitas, etc .

As pessoas também podem apresentar dificuldades alimentares devido a causas físicas, ou seja, alteração na mobilidade da língua dificultando a lateralização do alimento. Pode apresentar dificuldade nos lábios ao realizar o vedamento labial para retirada do alimento do utensílio. A presença de fissuras no palato que não garantem a pressão intra-bucal no momento da mastigação e deglutição, dificultando a realização dessas funções. O freio lingual pode ser curto, dificultando no posicionamento da língua e movimento ondulatório para transportar o bolo alimentar para a faringe.

E por último temos as causas sensoriais. Nesse caso há uma dificuldade para perceber, discriminar, interpretar e modular sabores, odores, texturas, viscosidade e temperatura. É uma falha no processamento da informação, sendo a resposta  exacerbada ou diminuída frente a ingestão dos alimentos.

Independente da causa, o desconforto vivenciado no ato de comer faz com que haja uma mudança de comportamento, gerando medo, ansiedade e recusa para se alimentar. Dai a necessidade de se aprofundar no que está acontecendo.

 

Fonte: Junqueira, P. Por que meu filho não quer comer? – Uma visão além da boca e do estômago. Bauru: Idea Editora, 2017

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