20 de setembro de 2023 by Paralelo Gestão 0 Comments

TEMPO DE PERMANÊNCIA E O IMPACTO DO USO DOS ELETRÔNICOS NO DESENVOLVIMENTO DA LINGUAGEM ORAL

1)    Quais os impactos do uso dos eletrônicos no desenvolvimento da linguagem oral?

 Estudos mostram que muito tempo de tela pode causar vários problemas nas crianças, inclusive relacionados ao desenvolvimento da linguagem oral. O fato de usarem excessivamente os dispositivos eletrônicos, faz com que elas deixem de interagir com o adulto.

O mesmo vale para pais que estão o tempo todo usando as redes sociais. Eles acabam dando o mesmo exemplo para os filhos, ou seja, a criança possivelmente irá imitar o comportamento dos pais. Além disso, os pais devem também pensar sobre seu próprio tempo de tela e o quanto se dedicam a interagir com seus filhos. É preciso prestar muita atenção nesse aspecto.

Neste cenário, é importante que os pais criem momentos educativos e criativos dentro de casa. Existem passatempos ao alcance de qualquer família. Por exemplo: fazer um bolo juntos, utilizar um jogo de tabuleiro com amigos, andar de bicicleta, etc. É necessário despertar para atividades lúdicas que propiciem o desenvolvimento da linguagem oral.

Apesar dos celulares, computadores, tablets e televisão serem uma maneira de explorar o mundo, é preciso pensar até que ponto tais dispositivos estão sendo úteis e bons para as crianças. Muitas vezes os pais acreditam que as telas estão estimulando a criança, mas estes equipamentos não promovem a interação com o outro.

2. Quais os sinais que a criança pode apresentar devido o mau uso desses recursos?  

 As crianças com distúrbio no desenvolvimento da fala e da linguagem podem apresentar ausência de fala comunicando-se por gestos, troca de sons na fala não esperados para a idade, dificuldade na elaboração de frases, dificuldade para contar histórias e fatos, apresentando um vocabulário pobre, dentre outras questões.

Estas dificuldades podem prejudicar a aquisição da leitura e escrita, ou seja, dificuldades de alfabetização, pois a criança não compreende a relação letra-som, apresentando dificuldade para aprender o alfabeto, dificuldade de compreensão, dificuldades cognitivas como conceitos de cores, formas, etc. 

 3. Quando os pais devem se preocupar?

Primeiro, é importante que os pais verifiquem se o uso da tela não está afetando as atividades de vida diária da criança, como brincar, comer, dormir, fazer exercício físico, ter tempo com outras pessoas, dentre outras tarefas. Quanto tempo por dia a criança se dedica ao uso das telas? Caso isso esteja acontecendo a maior parte do tempo e esteja refletindo no desenvolvimento da fala, ou seja, a criança está demorando para se comunicar de acordo com a faixa etária, é importante procurar um especialista da área para fazer uma avaliação clínica.

 4. Quais os diagnósticos mais comuns em crianças expostas de forma indevida a estímulos eletrônicos? 

Na área da Fonoaudiologia, é muito comum observar os distúrbios no desenvolvimento da fala e linguagem, visto que o aprendizado da fala requer interação. Os aparelhos provocam isolamento social.

É de suma importância a criança estar em contato com os pais e pessoas que cuidam dela para olhar no rosto, verbalizar, escutar o interlocutor dando o modelo adequado, corrigir sua fala, etc. Aprendemos a falar porque escutamos alguém falar. Quando a criança está diante da tela, ela está passiva, observando o que está acontecendo. Quanto mais tempo de tela, maior é o risco para o atraso do desenvolvimento da fala, impactando negativamente na alfabetização e no desempenho acadêmico.

 5. Como é realizado o tratamento para essas crianças? 

O trabalho fonoaudiológico visa estimular o desenvolvimento da linguagem oral. Neste sentido os pais e a escola são fundamentais nesse processo, visto que eles podem estabelecer um ambiente rico de atividades significativas. Pode-se criar situações e promover atividades nas quais essa habilidade irá ser incentivada. A leitura de histórias, o uso de fantoche, a música, o teatro são exemplos de atividades que possibilitam a interação da criança.

6. Qual a recomendação feita em relação ao tempo de permanência nas telas? 

Para ajudar os pais a fornecerem aos filhos uma forma saudável para o uso da tela, seria importante seguir as recomendações da Academia Americana de Pediatria e a Sociedade Canadense de Pediatria.

Estas atestam que bebês na idade entre 0 a 2 anos de idade não devem ter qualquer exposição à tecnologia , crianças de 3 a 5 anos devem ter acesso restrito a uma hora por dia e crianças de 6 -18 anos devem ter aceso restrito a 2 horas por dia (Fonte: AAP 2001/13, o CPS 2010).

Desta forma, as regras de uso da tela devem ser adaptadas ao nível de maturidade da criança.

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