Trocas na fala

Quando a criança nasce, ela é capaz de produzir uma pequena quantidade de sons e isso vai aumentando progressivamente, tornando as palavras mais compreensíveis. Nos primeiros meses, esse processo é caracterizado por vocalizações de sons existentes e não existentes na língua falada pelo adulto. Nesse percurso, alguns sons vão sendo reforçados pelas pessoas que a criança convive e outros sons são esquecidos, conforme a língua materna que a criança está inserida.

Por volta de 1 ano de idade, a criança começa a usar as letras p, b, m associadas as vogais. A fase de maior expansão da aquisição dos sons ocorre entre 1 ano e 6 meses aos 4 anos. A estrutura das sílabas passa a ficar mais complexa. A criança usa esses sons em palavras cada vez maiores (trissílabas, polissílabas) e em posições diferentes nas palavras. Veja que essa aquisição é contínua e gradativa, estando relacionada com a idade da criança (ver tabela abaixo).

Com 5 anos a criança já está apta para falar todos os sons do português durante a fala espontânea, ou seja, toda aquisição desse processo está garantida. Os adultos assumem um papel importantíssimo para fornecer informações e dar o modelo correto para que a criança avance nesse processo.

Essa tabela mostra a sequência da aquisição dos sons e as idades previstas que são adquiridos:

IDADE

LETRA

1 ano e 6 meses

p,m,b

2 anos

t,d,n

2 anos e 6 meses

c,g,nh

3 anos

f,v,s,z

3 anos e 6 meses

ch, j

4 anos

l, lh, rr (carro), arquifonema s e r (as,es,is,os,us/ ar,er,ir,or,ur)

5 anos

r (careta), grupo consonantal /r/ e grupo consonantal /l/

Referência: Honora, M; Frizanco, M.L.E. – Esclarecendo as deficiências. São Paulo: Ciranda Cultural, 2009

Caso seu/sua filho(a) manifeste o uso inadequado de algum som da fala, talvez isso indique uma inabilidade de articular um determinado som e/ou dificuldade de armazenar essa informação sonora e acessá-la posteriormente. Tal fato prejudica a compreensão do que é dito, necessitando a ajuda de um especialista.

Sinal de alerta:

Algumas alterações que podem ser encontradas quanto a fala:

– Criança que não fala os sons nas idades previstas (verificar tabela);

– Alteração da respiração, mastigação e deglutição, apresentando hipotonia da musculatura orofacial e interferindo na fala;

– Ceceio anterior (projeção anterior de língua na fala) e/ou ceceio lateral (projeção lateral de língua na fala), dependendo da idade.

Especialista:

Katia Alonso Rodrigues

Fonoaudióloga

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